Sempre falo aos meus alunos que estar dentro da faculdade é muito mais que apenas assistir às aulas. Precisamos estar mais conectados a outras atividades para não sermos mais um com um diploma na mão procurando emprego. As próprias faculdades oferecem ótimas atividades que você pode se engajar para alavancar sua carreira e render bons frutos para quem esta no começo da carreira.
Segundo Luiza Lopes, analista de RH da People on Time Consultoria, isso fica perceptível nas dinâmicas de grupo, quando o candidato salta aos olhos dos gestores por ter tido atividades que iam além da sala de aula. Isso pode ser adquirido dentro da sua própria universidade, que oferece uma série de possibilidades sob o tripé: ensino, pesquisa e extensão.
Veja então abaixo algumas atividades sugeridas por especialistas da área de RH aos universitários e o que estas podem agregar de valor ao seu currículo.
Empresa júnior: Esta é a primeira sugestão dada por Manoela Costa, gerente da Page Talent. “A participação em empresa júnior demonstra o interesse do
jovem no mercado e é uma chance de aplicar na prática o que ele aprendeu”, diz ela.
Trabalho em equipe, foco no resultado e disciplina são algumas das competências desenvolvidas, segundo as especialistas. “Eu fiz parte de empresa júnior, na época de faculdade, e é uma maneira também de o jovem contribuir com a comunidade, já que os serviços geralmente têm preços mais baixos”, diz Luiza, da People On Time.
Outra vantagem, diz Manoela, é que as empresas juniores oferecem ao universitário um primeiro contato com um ambiente similar àqueles do mundo corporativo. “Ele já vai entendendo um pouco como é esse ambiente”, diz.
Voluntariado: A motivação para uma causa social também é vista com bons olhos pelas especialistas. “O jovem aprende a trabalhar em equipe, a ser comprometido e disciplinado”, diz Manoela.
Na opinião, de Luiza Lopes, mesmo que não haja ligação com formação acadêmica o voluntariado é extremamente enriquecedor. “Deixa jovens mais preparados para a vida adulta”, diz.
Intercâmbio Cultural: Quem pretende conquistar uma vaga de trainee sabe que o intercâmbio é a menina dos olhos dos recrutadores. Alguns programas avisam durante a inscrição que vivência internacional é sim um diferencial importante. “Conhecer diferentes culturas contribui para a formação universitária”, diz Luiza.
De acordo com ela, programas como o Ciência Sem Fronteiras, do governo federal, são ainda mais vantajosos. “Agrega valor com a possibilidade de pesquisa em tecnologia e ciência e possibilita ao jovem trazer esse conhecimento adquirido ao seu país de origem”, explica.
E Manoela avisa, não é preciso ter uma conta bancária polpuda ou patrocínio dos pais para se aventurar nesta empreitada. “Não é só para quem tem dinheiro, tem outras formas aliadas a experiências de trabalho, por exemplo, que mostram que é possível fazer intercâmbio”, diz Manoela.
Estudo de idiomas: “Mesmo que não exista a menor possibilidade de fazer um intercâmbio, existem muitas formas de aprender inglês e outras línguas”, lembra Manoela. Muitas universidades até oferecem cursos extracurriculares de idiomas. Além disso, há plataformas virtuais de acesso gratuito, indica a especialista. “O jovem deve sempre buscar o aprendizado”, diz.
Iniciação Científica e grupos de pesquisa: São ótimos complementos para a formação acadêmica e podem encurtar o caminho até uma pós-graduação stricto sensu. É certo que esta é uma oportunidade mais enriquecedora para aqueles jovens mais inclinados à pesquisa, mas os ganhos não são restritos apenas a quem já sabe que vai seguir carreira acadêmica. Afinal aprender a pesquisar é algo que ajuda qualquer profissional interessado no seu próprio desenvolvimento.
“Quando eu estudava, a faculdade era em período integral e a única coisa que conseguia fazer é participar de um grupo de pesquisa. A minha opinião é que é uma boa oportunidade mesmo para quem não vai trabalhar com pesquisa, como foi meu caso”, diz Manoela.
Monitoria: É um projeto interessante para estreitar as relações com professores. Lembre-se de que eles são os seus primeiros mentores de carreira. Além, há a possiblidade até que conseguir uma bolsa de estudos por conta da monitoria, destaca Luiza, da People on Time.
Centro acadêmico/ atlética e outros grupos universitários: Ao iniciar a trajetória profissional, o universitário vai perceber a importância do networking para a carreira. E os centros acadêmicos, atléticas e outros grupos universitários trazem ótimas oportunidades para o universitário ampliar a sua rede de contatos conhecendo pessoas com interesses em comum.
“Muitas vezes esses grupos proporcionam contatos também com jovens de outras faculdades”, lembra Luiza. “A nossa indicação é que o jovem mantenha contato com seus colegas”, diz Manoela.
Estágio: Reunir estágios no currículo durante a época de faculdade abre portas para contratações efetivas de recém-formados, além de render uma fonte de renda na maior parte das vezes. E é também uma forma de conhecer diferentes áreas de trabalho de uma carreira, o que vai ser importante na hora de decidir os rumos profissionais depois de formado. “É interessante o universitário já começar a olhar para isso”, diz Manoela.
Alguns cursos integrais não permitem que o jovem inclua estágios na sua rotina, mas de acordo com Manoela, sempre é possível encontrar maneiras de começar aliar o trabalho ao estudo. “Ás vezes, o jovem pode ajudar os pais no negócio familiar nas horas vagas e já é uma forma de ir se envolvendo no ambiente profissional”, diz